Noel Gallagher esteve no Brasil no início deste mês, pela
primeira vez divulgando seu trabalho solo. Tive a oportunidade de ver o
primeiro show, dia 02 de maio no Espaço das Américas, em São Paulo. No
gargarejo.

Em primeiro lugar deve se destacar a (desculpem o trocadalho)
pontualidade britânica de Noel. O show estava marcado para as 22:00. Exatamente
às 21:55, começamos a ouvir no P.A. da casa a faixa
Shoot a Hole Into the Sun,
lado B do mais recente Single, Dream On. Esta é uma faixa experimental, que
contém samples de outra música de Noel, o single anterior, If I Had a Gun. Aliás é uma ótima sacada dele samplear a si próprio.
Consegue bancar o “muderno”, sem se preocupar com os direitos autorais. Ao término
da música, exatamente às dez horas da noite, Noel subiu ao palco com sua nova
banda, intitulada Noel Gallagher´s High Flying Birds.


Noel tem uma certa preferência por lados B e músicas
obscuras. Tanto é assim que o show propriamente dito começa com duas músicas
menos conhecidas do Oasis,
(It´s Good) To Be Free e
Mucky Fingers. A primeira
foi lado B do single de Whatever, de 1995, e a segunda esteve presente no álbum
Don´t Believe the Truth, de 2005. Em seguida ele começa a apresentar o trabalho
solo, com a canção
Everybody´s On the Run, faixa de abertura de seu álbum.
Depois tocou
Dream On, cujo
videoclip eu já apresentei a vocês recentemente. Na
sequencia veio a canção mais bonita dos High Flying birds até agora,
If I Had a Gun (confira também o
videoclipe), seguida por
Good Rebel, lado B do single de
The Death Of You and Me, e depois a própria
The Death of You and Me, que foi escolhida como
primeiro single dessa empreitada. A música seguinte,
Freaky Teeth, não foi
lançada oficialmente e está concorrendo para ser a trilha sonora do próximo
filme de James Bond.
Chegando ao meio do show, Noel toca um dos maiores sucessos
do Oasis,
Supersonic, que estava no primeiro álbum da banda, Definitely Maybe,
e foi seu primeiro single em 1994. Assim como já havia feito em outras ocasiões
com Don´t Look Back In Anger, Noel tocou a música de forma acústica, com seu
violão na base e o teclado fazendo as partes da guitarra solo. Ficou totalmente
diferente e bastante intimista. Só pra lembrar, a versão original de Supersonic
tinha toda aquela cara de Rock de Arena, funcionava muito bem em estádios. E
agora ela serve aos propósitos de Noel de realizar shows menores e fazer com que
o público sinta-se mais próximo dele. Continua funcionando perfeitamente bem.
Preciso dizer que o público a cantou (e a maioria das outras músicas) em
uníssono?

Depois disso Noel
volta ao seu repertório, com a bela canção
(I Wanna Live In a Dream In My)Record Machine, sem fazer a inserção de Stop The Clocks que aparece na gravação
do disco. Depois vem
Aka... What a Life, segundo single, e a apresentação da
banda, que devo dizer, é bem peculiar. Temos um tecladista,
Mike Rowe, que se
sacode todo como se fosse um DJ arrepiando nas pick-ups. Um baterista,
Jeremy Stacey, que parece
ter saído do filme
Laranja Mecânica. Um guitarrista,
Tim Smith, que parece com um professor de
matemática de segundo grau (ensino médio para os mais moços). E um baixista,
Russell Pritchard, que parece com um baixista normal de banda de rock.

A seguir, mais uma do Oasis,
Talk Tonight, uma linda balada
que foi, adivinhem, lado B do primeiro single do Oasis a atingir o topo da
parada britânica, em 1995. Uma música solo para continuar,
Soldier Boys and Jesus Freaks, e depois a música que, em minha opinião, é o trabalho solo em que
Noel mais se distanciou do Oasis, a sacolejante
Aka... Broken Arrow, que Noel dedicou "for all the ladies". A bunitinha
Half the World Away, também do single de Whatever (mais um) foi seguida por
(StrandedOn) The Wrong Beach e fim da primeira parte.
Para o bis tivemos uma surpresa. Noel é conhecido por
dificilmente variar seu repertório. Desde os tempos de Oasis vemos que os sets
têm raras alterações entre o início e o fim de uma turnê. Noel Gallagher é um
baita de um preguiçoso. Em shows anteriores Noel começava o bis com
Whatever e depois tocava The Importance of Being Idle (ops, essa música fala
sobre preguiça), ambas do Oasis. Em São Paulo, tivemos o privilégio de ver e ouvir
a primeira apresentação ao vivo de
Let The Lord Shine a Light On Me, lado B do
single de Aka... What a Life, abrindo o bis, e deixando The Importance de lado.
Depois Noel foi só Oasis.
Tocou
Whatever, o hit Little by Little, do disco Heathen Chemistry, de 2002 e fechou
o show com uma
magnífica
interpretação de Don´t Look Back In Anger, grande sucesso do disco (What´s The
Story) Morning Glory?, de 1995.

Depois de uma hora e meia, fomos pra casa (ainda deu pra
pegar o metrô, u-hu), com sorrisos nos rostos e uma sopinha quente nos esperando.
Foi um show ótimo, cujo único defeito foi não ser maior. Repertório pra isso o
Noel tem, afinal quase todas as músicas do Oasis são dele. Do seu novo arsenal
faltaram três músicas. A lendária Stop the Clocks, última faixa do disco, A Simple
Game of Genius, faixa bônus da versão de luxo do disco, e I´d Pick You Every
Time, lado B do single de If I Had A Gun. Velho ele não está. Tem aquele garoto
de Liverpool, um tal de Paul que anda fazendo shows de quase três horas (ele
completa setenta anos em 18 de junho deste ano, enquanto Noel tem só 44).
Mas... acho que eu já disse que Noel é um puta dum preguiçoso.
Site oficial:
http://www.noelgallagher.com
Todos os vídeos foram retirados do Youtube, de diversos usuários diferentes.
As fotos foram tiradas por mim e pela minha esposa.
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